O Homem Elefante 1980 Uma história real sobre coragem e dignidade humana.
visão global: Baseado na história verídica de John Merrick, um inglês do século XIX que sofre de Síndrome de Proteus, uma doença congénita que provoca a desfiguração. Com a ajuda do amável médico vitoriano Dr. Frederick Treves, Merrick tenta recuperar a dignidade perdida.
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**Um filme que nos obriga a pensar e que vale a pena rever ocasionalmente.** O director David Lynch morreu recentemente, e eu resolvi ver este filme agora quase em jeito de homenagem pessoal à sua obra e legado. Já o tinha visto há muitos anos e gostei, e queria revê-lo para ver como me sentia a respeito dele. Continua a ser profundamente impactante, comovente na forma como nos obriga a pensar sobre a deficiência, a diferença e a enorme indiferença e falta de bondade que demonstramos muitas vezes com pessoas assim. O filme é uma chapada na nossa cara, e na face respeitável da Londres vitoriana. É um filme que obriga a pensar e se torna difícil de ver, e é provavelmente esse o motivo pelo qual é raramente transmitido na televisão. Ainda assim, num mundo cada vez mais egoísta, materialista, brutal, insensível, desumano, se torna mais urgente pensar no modo como tratamos as pessoas diferentes, as pessoas vulneráveis e que precisam de apoio. Outro aspecto que torna o filme mais denso e introspectivo é a cinematografia a preto-e-branco. A escolha pode parecer anacrónica, considerando que é um filme de 1980, mas a temática e o ambiente validam perfeitamente esta opção do director. Não é uma questão meramente estética, é algo que contribui decisivamente para a construção do ambiente e da mensagem que se quer transmitir. A construção do cenário e figurinos, bem como a selecção de adereços, transportam-nos logo para a época e ajudam-nos a ter consciência da humildade daquele homem e das brutalidades a que esteve sujeito por boa parte da sua curta vida. A banda sonora dá o toque final, com uma escolha cuidadosa de melodias das quais destaco o Adágio para Cordas, de Samuel Barber, usado numa das cenas finais, e algumas peças famosas de Tchaikovsky. Além de uma direcção impecável e de uma boa equipa técnica, o filme conta com actores profundamente empenhados e capazes. O elenco é liderado por John Hurt, que nos brinda com o maior trabalho dramático da sua carreira. Além de ter dado alma à personagem, o actor dominou perfeitamente as dificuldades de fala, movimento e expressão que foram impostas pelo figurino e pela maquilhagem que lhe aplicaram. A ele pertencem algumas das cenas mais impactantes, como é natural, e alguns dos diálogos mais citáveis, como a frase “Eu não sou um animal! Eu sou um ser humano!”, que a personagem dele exclama, agonizante e sofredora, perante uma multidão que o ridiculariza. Sir Anthony Hopkins, a viver uma das fases mais tenras da sua carreira, brilhou pela humanidade e sensibilidade da sua interpretação. Não se limita a ser um médico competente e curioso, é também um homem de coração, com valores morais e cheio de dúvidas quanto às suas próprias acções. O filme traz-nos ainda Anne Bancroft, Michael Elphick e Sir John Gielgud, em suma, um conjunto de notáveis da arte dramática britânica.